quinta-feira, 10 de junho de 2010



Dibobs algumas lojas se utilizam do sistema de máscaras para preservar a identidade do cliente e deixá-lo mais a vontade dentro da loja. Vocês se utilizam desse recurso?

Funcionárionão usamos isso aqui. As pessoas vêm aqui normalmente. Não encaramos nossa profissão como tabu. Acho que as pessoas estão mais preocupadas em quem vai vê-las saindo da loja, esse é o grande tabu. Quem está lá dentro? Nem importa.


D – Faz tempo que você trabalha aí na loja?

F - Há mais ou menos um ano e meio. Antes eu trabalhava pra uma empresa que programa sites, saí de lá e vim trabalhar aqui (Anjo Sado). Mas assim que cheguei perguntei a mim mesmo: “Nossa! O que é que eu to fazendo aqui?”


D - Mas não é o sonho de todo homem trabalhar numa sex shop?

F – O ambiente é ótimo, os funcionários são legais e sim: é o sonho de todo homem trabalhar numa sex shop! Melhor ainda é a reação das mulheres quando digo que trabalho lá. Tipo “onde você trabalha?” e eu repondo “Numa sex shop” e elas fazem “Uou!”. É engraçado. (risos)


D – Falando nas mulheres... Elas comparecem bastante na loja?

F E muito. As mulheres são mais taradas que os homens. Nossa loja tem até uma Maison todinha só pra elas. Tem até história de velhinhas que compram vibrador. E são muitas viu?


D Teria idéia de quantas?

 
F – Olha, isso eu não posso te responder, mas são muitas (velhinhas), muitas mesmo.


D – Então, na sua opinião, as mulheres gostam de homens adeptos aos itens de sex shop?


F – Me desculpe. Mas acho que toda mulher gosta mesmo de um homem bem cafajeste, bom de cama e que goste de escutá-la. Esse seria o homem ideal.


D – Você tem namorada? Ela gosta do seu trabalho?



F – Noiva. Ela sentia um pouco de ciúme no começo. Antes eu não entendia nada do assunto e agora recomendo. Eu até compro as coisas aqui. Acho que o sex shop foi feito pra somar e não subtrair.


D - E a sessão gay?


F – Não existe sessão gay.
A loja é enorme, tem cabines fechadas para o acesso à internet os vídeos são distribuídos por categorias, mas isso não constitui uma sessão gay. Sem falar que a maioria dos produtos atende todo o nosso público seja ele gay ou não.


D – De tudo o que você já viu no seu trabalho, o que te chamou mais a atenção?

F - Os artigos são muito perfeitos, as próteses (pênis) são muito reais. Existe vibrador de todos os tipos, todos os tamanhos e pra todos os gostos. E as vaginas... Nossa! Têm até a textura parecida. É tudo muito real.

 D - E qual a situação mais bizarra você já presenciou?

F – Uma vez chegou um homem querendo comprar uma prótese (pênis) de 25 cm de comprimento e 8 cm de diâmetro. Ele tinha contratado um negão com essas medições para fazer um ménage a trois (sexo a três) com a esposa no fim de semana. Fiquei sem saber se a prótese era pra ela ou pra ele. Coisa de louco! E eu também não ia perguntar né? (risos)


D – Você também tira dúvida dos clientes pelo MSN da loja, como é pra você?

F – É muito engraçado, começando pelos próprios nomes como, por exemplo, cachorra safada, só gosto a três, louco por sexo e por aí vai. Esses são mais leves, mas também tem gente normal que coloca nome normal mesmo.


D- Já sofreu preconceito por trabalhar em sexy shop?

F – Não. Eu considero um trabalho absolutamente normal e digno como qualquer outro. E também não é algo que fica estampado na minha testa. Se você me visse na rua, nem ia imaginar onde eu trabalho.

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