Se eu fosse... HOMEM!

Difícil imaginar o que se passa na cabeça de uma mulher ao tentar se projetar como homem. Até porque somos fisiologicamente, ideologicamente e anatomicamente diferentes. Sem falar na história da humanidade que, durante séculos, nos tornou tão opostos.

Nós mulheres nascemos desarmadas, livres do pênis que, tão simbolicamente, pode representar uma arma. Arma essa que é capaz de sentir prazer sem dar prazer ao outro ou (no caso do estupro) ferindo e dilacerando o outro. Coisa que não estão inclusas na competência sexual de uma mulher.

Mas ter pênis tem lá seus méritos. Eu até não poderia, nem devia; mas com certeza usaria com mais praticidade os postes e os muros como banheiros. Ai como deve ser bom “se aliviar” em qualquer cantinho a qualquer momento. Sem se preocupar em não mostrar o que não se deve, molhar a calcinha, vestir a roupa toda de novo etc e tal. Só pôr o pinto pra fora e pronto!

Outra vantagem, também advinda do dito cujo, é a arte de ser pai. Isso porque homem é um reprodutor em constante atividade. Uma mulher uma vez grávida não pode ser mãe de novo, concomitantemente. Já o homem pode fazer dois ou mais filhos no mesmo dia em mulheres diferentes, apesar disso acabar sempre em um problemão!

Ainda que eu escolhesse apenas uma mulher para gerar meus filhos, eu escolheria ter muitos. Afinal meu corpo não mudaria, eu não sofreria alterações hormonais que me deixassem tão sensível e a beira de um ataque de nervos. O peso da criança não estaria na minha barriga, prejudicando minha coluna e pernas. Eu não sofreria as dores do parto, não ficaria com os seis flácidos por amamentar e... raramente teria que me acordar de madrugada. Isso é ser pai, ficar só na parte boa!

Ser homem deve ser bom. Sim porque tenho certeza que Deus é homem e machista. Afinal a menstruação, a TPM, a menopausa, o parto, a flacidez; tudo isso é castigo gerado por Eva e que Deus fez questão de perpetuar por todas as suas gerações.

Então, já que sou mulher e conheço as dificuldades que nós mães, profissionais, esposas (e, porque não amantes) enfrentamos. Eu tiraria o dia para ser um homem diferente, pra ser um homem de verdade!

Eu ajudaria em casa, ficaria mais tempo com os filhos, tomaria menos cerveja, diria mais coisas românticas e até compreenderia as dores de cabeça na cama. Só não deixaria de fazer xixi em pé. Ah... isso não! Fazer xixi em pé é uma dádiva.